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bela juta

Sou artesã, não porque decidi ser. Quando percebi, já estava envolvida por esta arte tão instigante. Tem um ¨que¨ de alquimia que me seduz. E pra revelar toda sua riqueza, produzo minhas próprias peças.
Filha do artista plástico, acadêmico, e professor de desenho artístico e óleo sobre tela, Osvaldo Viviani, recebi o ensinamento de meu pai, de não reproduzir trabalhos de outros autores. Isso foi determinante pra mim, tanto que estou sempre buscando originalidade e autenticidade no que faço, mesmo em outro segmento artístico.
Na adolescência, decorava o quarto que compartilhava com meus irmãos, com móbiles que eu fazia. Juntava lindos retalhos de tecidos que sobravam das roupas que minha mãe, Emidia Viviani, confeccionava para suas clientes, e fazia customização para meu próprio uso, sem saber do que se tratava.
Passei minha vida transformando tudo o que já não mais me servia, em algo novo. Até que em 2003, resolvi montar e comercializar bijouterias. Fiz uma bolsa de juta que usei para transporte e apresentação de minhas peças, que chegaram a ser vendidas no México, por um amigo. Nesse tempo, fiz inscrição para participar da feira de artesanato do Museu do Ipiranga, com trabalhos de juta em tela. Essencialmente simples, a juta me proporcionou liberdade de criação.
Com a fibra da juta, cheguei à biojóia, assim classificada pela Sutaco (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades) durante uma exposição que fiz a seu convite, por ter em sua composição, mais de 70% de elementos naturais.
Em 2008, participei da Mega Artesanal, convidada pela Companhia Têxtil de Castanhal, juntamente com outros artesãos, expondo meus trabalhos. A empresa gentilmente me forneceu parte do material, e, que sensação indescritível tive ao adentrar no depósito, em meio a tanta juta.
E somente hoje, fiquei sabendo que meu avô paterno, começou no ramo de tecelagem com a juta, e confeccionando sacas para o armazenamento do café, que lhe serviam de aconchêgo nos momentos de descanso.
Na Índia, justamente chamada de fibra de ouro, para mim, a juta é sem dúvida, o ponto de partida de toda minha inspiração.

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